domingo, 26 de setembro de 2010

Dei Aula


Foi recentemente, em julho (puxa, já se vão 2 meses e parece que foi ontem... tempo, tempo... você me assusta sempre). Aplicamos um treinamento de 44 horas para os novos contratados lá do trabalho.
Confesso que depois dessa experiência, comecei a ter mais respeito pelos professores e instrutores em geral. É preciso muita cara de pau, segurança, humildade, conhecimento, e nossa! milhões de coisas!
Tratar qualquer assunto que envolva o ser humano é complexo.
Uma sala com 25 alunos, de idades, histórias, classes sociais, gêneros, dificuldades, personalidades diferentes. E você tem que transmitir de todas as formas possíveis o conteúdo. E eles precisam aprender.
Éramos uma dupla, eu e Thaisa. E não poderia ter tido uma companheira melhor. Criamos uma cumplicidade de olhar, de expressão. Onde uma acudia a outra quando era preciso.
Ela, fofa, meiga, um "docinho". Eu, oposto - general total. E por aí se media nosso equilíbrio. Parece até destino...



Tem que chamar atenção, sem ser grossa. Explicar mais uma quinta vez, sem ser impaciente. Admitir que não sabe, quando deveria estar ali.
Tem os que ajudam; os que atrapalham; os atrasados; os entediados porque sabem tudo; os que acham que sabem tudo e não sabem bulhufas... enfim.

E no começo, tudo foi tranquilo... lá pela quarta-feira, o surto. "não vai dar tempo"-"eles não estão conseguindo"-"nós não estamos conseguindo"-"meu deus!!!", em meio a intervalos de chá mate e bolachas murchas e muita, MUITA água. E a troca de idéias, e a mão amiga que falava "calma, agora vai."

E foi.

Slides, lousa, dinâmicas, perguntas, leituras monótonas, exercícios.

Foi maravilhoso, foi uma sensação de missão cumprida.
Ver as notas finais, ver a evolução da nossa avózinha da sala, com cheiro de talco.
Receber um obrigado ao final. Um obrigado oferecido com vontade, e não por simples educação.
Receber um presente, receber, depois de doar e se sentir também presenteado.
Um abraço, uma oração, um lápis enfeitado, uma caixinha de música.
Segura a lágrima...

Uma semana - que marcou. Uma situação simples, corriqueira de muitas profissões - mas que nos ensinou tanto.

E ela ficou mais firme. Eu, mais doce.
Ambas, mais tolerantes e mais amigas.

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