sábado, 10 de setembro de 2011

Serei Titia!





    Eu não tenho irmãos de sangue. Mas eu tenho irmãs de alma e coração. E ninguém há de duvidar disso. A minha irmã é de outras vidas. Ela não é só uma amiga que foi criada comigo - Ela é minha alma gêmea. Brincamos juntas, crescemos e conhecemos o mundo lado a lado. Compartilhamos sonhos e sorvetes. Noites de insônia e madrugadas de loucura. Dias difíceis... luta. Conquista. Nossa ligação é absolutamente sobrenatural, é forte, é linda. É o meu grande presente da vida.

    O texto a seguir, foi feito dia 22 de julho, em um dos meus caderninhos especiais (quem me conhece de longa data, os conhece também, são parte de mim)

      "Esse, é um registro muito especial que faço, sem muito pensar. Mas sabendo que precisa ser feito. Acabo de receber uma ligação com uma linda
      notícia, mesmo dada em meio a desespero e muito rápido (interurbano e celular). Minha amada irmã de sintonia está grávida. Isso não é lindo? Estou muito emocionada e sei que muita coisa vai mudar, pois uma nova vida está chegando... Quando uma nova vida chega, os ventos comemoram, a natureza sorri. E já parece que esse serzinho estava esperando há algum tempo... Confesso que estou um pouco triste também... pois estou tão longe e não vou acompanhar o passo a passo dessa fase maravilhosa e desse momento mágico na vida de uma mulher. E tudo passa tão rápido, meu Deus!
      Já estou sonhando, tentando mirabolar mil planos de como tudo será. A minha vida será mudada também...
      Boa sorte, meus amores."

      A vida trouxe uma lição para ela, quem acompanha, sabe. E daqui um mês, saberemos se foi uma lição menina ou menino... quanta ansiedade. "Quanto tempo demora um mês pra passar?"
      É o primeiro bebê próximo a mim, que eu poderei apertar, mimar, fazer parte da vida. Por isso tudo fica mais importante ainda.
      Acho o papel de tia, um papel fantástico. Eu, por exemplo, tive minhas amadas tias... e minha vida só é desse jeito por conta do que elas representaram e representam em minhas lembranças e na pessoa que hoje sou.
      E se agora esse papel passa a mim... Digo que quero ser como elas. A melhor tia do mundo.


      E para minha querida nova mamãe... desejo a maior felicidade do mundo, porque agora o que você carrega é mais importante que sua própria vida... é a sua nova vida. E a energia que vem chegando já avisa que os tempos serão outros, e que tudo terá mais significado... Mas nada, nada que combinamos, que planejamos, vai deixar de acontecer, talvez mude de ordem, mas está lá. Porque não há mais ninguém como você e eu e nossos sonhos são quase feitiços...

      =)



      Todos estamos à sua espera...


      quarta-feira, 1 de junho de 2011

      Achei que tava tudo muito complicado...

      Na oportunidade de aprender com a dor.


      A primeira de todas as primeiras vezes... ? Acho que foi aprender a letra S cursiva, maiúscula e minúscula. Foi a primeira vez que achei que não fosse conseguir... O desespero maior se deu porque eu simplesmente não conseguiria vive sem a letra S, afinal, meu nome inicia com S. E tem mais S pelo meio. E se eu não aprendesse o S? Como poderia assinar, escrever, me identificar? Será que eu teria que mudar de nome e sobrenome?
      Mas como toda a dificuldade que parece nos sufocar em certos momentos, o tempo, a paciência e o treino me ensinaram a fazer o S...

      Depois veio a prova de matemática na 3ª série. Eu não tinha pra onde fugir e tudo parecia correto... por que a conta não chegava naquele resultado?? Por quê??? E tava faltando de novo a paciência... Mais que isso: faltava olhar as coisas por outro ângulo. Minha doce professora (oh, primário), quando sentiu meu desespero, encostou do meu lado e apontou para o espaço da unidade. Era só isso, estava colocando os números no lugar errado.

      Durante a vida, a gente coloca muitos números, muitas coisas e, principalmente, pessoas, no lugar que não é delas... E perde um tempo precioso - mas depois nunca mais esquecemos onde é de fato, o lugar certo... embora muitas vezes mudem de lugar, ou até percam o seu.

      Usei na minha vida muitas vezes a frase "não consigo". Levava bronca na Ginástica Olímpica. Minha professora sempre dizia que eu continuaria fazendo do jeito que minhas palavras diziam. Ou seja, eu não conseguiria nunca mesmo, enquanto tornasse a repetir este traiçoeiro mantra. E ela tinha razão... passei anos tentando fazer certo movimento, e somente quando acreditei e me vi fazendo, consegui. E já era tão tarde... Foi no meu último ano.

      A gente perde tanto tempo tapando os olhos com a falta de confiança e não consegue olhar pra frente, aquela frente onde o tempo já resolveu as coisas pra nós... e acena, nos chamando. Mas não vemos.Li uma vez, num desses livrinhos de Dalai Lama... ele dizia que a vida está aí para termos problemas mesmo, quando um acaba já está o próximo esperando na fila. Porque somos guerreiros nessa Terra, nessa existência... e nossa missão é manter a cabeça livre e limpa, para dar abertura a paciência e assim poder solucionar nossos indigestos problemas - sejam os de matemática, sejam os que te afligem agora.

      A conta no banco chora, te chama, venda seus olhos... te faz esquecer uma porção de coisas. Mas embora, quase tudo nesse mundo seja pago, a cash ou a crédito... na maioria das vezes, quando deixamos as alegrias, a família, o amor, a sorte, a saúde, os bichos de estimação, a comida - que mesmo pouca, está no prato -, o teto - que está descascado mas está firme -, quando deixamos tudo isso em segundo e terceiro planos... porque o dinheiro - a falta dele- está nos cegando e nos esgotando...

      ...é porque já é hora de mudar os números de lugar.




      quinta-feira, 28 de abril de 2011

      aprendi a calar


      Na realidade, sempre fui quieta, observadora, na minha.
      Mas por ser tão observadora, me tornei também altamente perceptiva. Ficava horas olhando as pessoas e seus comportamentos, analisando meus sentimentos 'versus' a minha forma de agir e compreendendo algumas atitudes e seu significado oculto.
      Talvez por esse interesse e facilidade em analisar (ou seria julgar?), queria muito fazer Psicologia... muito mesmo, passei uns 3 anos colocando isso como um objetivo de vida e muita gente falava "pra quê?" e derivados...
      Enfim, talvez por sentir certo "poder" em ter um suposto acesso àquilo que não estava explícito em cada um, resolvi mostrar, mostrar que eu sabia...
      Já que sempre fui calada... decidi falar.
      E comecei a encharcar as pessoas de comentários que elas não queriam, de fato, ouvir - mesmo que soubessem que era verdade. Mas eu as forçava a encarar aquilo... dizia na frente de quem quisesse ouvir "vc está fazendo isso, mas no fundo sente isso mas quer que os outros pensem aquilo.". A criatura, assustada, negava e misteriosamente começava a me evitar.



      Então... muito tempo depois percebi que ser sincero não é falar tudo o que se pensa. É ser verdadeiro, apenas isso. Botar isso pra fora, falar, sussurrar, gritar... é outra coisa. E requer muito tato. Muita sensibilidade.
      Encarar certas verdades tem momento certo. Algumas intenções foram feitas para serem intenções ocultas.
      E percebi - o que eu estava fazendo era como contar a uma criança que as nuvens não são feitas de algodão doce.
      E aprendi a calar e sorrir. E compreender - agora, sim. E usar a minha perspicácia que adquiri, para ajudar e entender.

      Agora busco a sabedoria de tomar a decisão correta. Falar ao necessário, calar quando é preciso.

      quinta-feira, 7 de abril de 2011

      desencanei de fazer planos


      Quando eu era criança, tinha na minha cabeça que iria morar com meus pais até uns 23 anos. Que ficaria na mesma cidade, na mesma escola até o 3º colegial, onde eu estudaria para prestar o vestibular, passaria na Usp, faria a minha faculdade, tiraria carta aos 18 anos. Casaria com uns 24, teria talvez filhos aos 28 anos e moraria com muitos gatos. E mais pra frente seria uma executiva de sucesso.
      Uma vida óbvia. E que era praticamente certeza na minha cabeça... como se não existissem outras opções de caminhos a seguir e bem, na maneira como era criada, com o grupo que convivia... Acho que estes eram os planos de quase todas as crianças.

      Bom. A realidade: Aos 14 anos, mudei de escola. Aos 15 anos meus pais se separaram. Aos 16, fui morar em Ribeirão Preto, sem meus pais, e claro, mudei de escola de novo. Aos 17 anos, fui pra Araçatuba. Aos 18, não comecei faculdade, não prestei vestibular, não tirei carta. Não tinha grana. Aos 19 fui morar com meu namorado e comecei um curso técnico. Aos 20 arrumei meu primeiro emprego. Aos 21 somente, com o meu salário, tirei minha carta de motorista. Hoje estou prestes a fazer 22. Tenho 2 gatas. E não dirijo.

      Foi mais ou menos redigindo esse páragrafo anterior na minha mente pela primeira vez, que desencanei dos planos. Desencanei é a palavra que uso nos dias positivos. Nos negativos, digo que fazer planos dá azar.


      E é verdade. Acho que depois de tudo, tenho medo dos planos.


      Mas em toda a minha contrariedade do ser e de quem sou... Também temo estar sendo mal agradecida. Afinal, os caminhos que minha vida tomou, foram piores?
      É fácil criar histórias, pois tudo está a seu controle. Os personagens, principais e secundários, os figurantes, o clímax, as resoluções... O desfecho. Você nunca estará planejando sua narrativa e de repente, um figurante enlouquecido, vai sacar uma arma, traumatizar seu personagem principal durante anos e fazer com que você mude todo o seu final e rasgue as páginas dos futuros acontecimentos. Não vai.
      Mas a vida tem suas histórias, mas não é uma história só. As histórias de milhares de pessoas se mesclam todos os dias. A natureza age. Você não consegue controlar nem o seu próprio personagem. Que irá dizer sobre a sucessão dos fatos?
      Acredito no livre arbítrio, mas também, nas escolhas que fazemos antes de vir a Terra. Pelo que queremos, ou melhor, devemos passar?

      Cada atalho, retorno, estrada contínua nos levam a lugares, as vezes aos mesmos, por rumos diversos. Mas o que interessa mesmo, é como você vai chegar ali. Quando você olhar no espelho, você verá no reflexo seu, o presente e por trás de você, tudo o que passou.

      Não planejo mais, pois planejar frustra, as vezes... Nos faz criar expectativas. Alem disso, podem passar outras oportunidades do seu lado e você não as verá. O que procuro são focos, para acontecimentos atuais.

      Ah, tenha apenas uma missão: Ser feliz. E não é só por seu sorriso, não. Mas quando somos felizes, transmitimos felicidade às pessoas que gostamos, toleramos as outras. Contribuímos para a energia positiva do mundo. Se todos se concentrarem apenas em ser felizes...- Continuo tendo sonhos (é inevitável). Sonhos podem se tornar realidade. Quando menos se espera. Walt Disney já dizia...



      Nota: Quando eu era criança, queria muito chegar aos 20 anos, pois achava que a vida seria mais fácil, que eu aprenderia a aguentar a dor e a passar pelas dificuldades, saberia tomar decisões...
      "Por isso hoje eu me contentaria em saber apenas o que aquela garotinha sonhadora de voz doce e olhar sapeca que um dia fui,
      pensa sobre a mulher que me tornei."

      domingo, 3 de abril de 2011

      um livro mudou a minha vida.

      "Livros não mudam o mundo.
      Quem muda o mundo são as pessoas.

      Os livros mudam as pessoas."



      Bom, sempre gostei de livros, e claro, eles (quase) sempre nos trazem um ensinamento, uma nova maneira de ver alguma situação, um novo desejo, enfim. Mas hoje vou falar de um livro que mudou muito a minha maneira de viver e ver o mundo. E que, confesso, já está na hora de reler.
      Eu tinha uns 14 anos e fui fuçar numa prateleira velha no fundo do apartamento repleta de livros da minha tia, da minha vó e fui procurar algo que me interessasse. E peguei aquele de capa verde, com uma mandala na capa. Perguntei pra minha tia se era bom e ela disse que era ótimo, então, comecei a ler...

      O livro se chama "A Profecia Celestina" .
      É um romance em torno de um homem que de repente se vê a ponto de descobrir sua própria verdade, onde sua própria vida é alterada logo no primeiro capítulo para iniciar uma jornada de aventura e percepções.
      O livro fala de energias, de coincidências, do universo. E mesmo sempre tendo um espírito muito questionador, nunca tive contato com essa forma de pensamento e quando me vi naquela história e compreendi cada visão, o mundo passou a ser diferente pra mim. Desde então sou muito ligada na energia das pessoas, árvores, lugares... No porque das coisas acontecerem e no fato de que nós somos parte de um todo. E é assim que o universo funciona.
      Desde então, também... passei a ter muita vontade de ir para Macchu-Picchu, no Peru e sentir a energia daquele lugar e ver de perto as ruínas onde tudo se passou.

      E eu, que nunca me importei com coisa alguma até aquela fase, acredito que plantei os primeiros traços da minha espiritualidade e compreensão da vida.
      A partir daquele dia, onde eu me lembro de estar deitada na cama da minha vó tranquila e sozinha, com a janela escancarada em um lindo dia de sol, a minha história começou a mudar, coincidentemente, tudo que aconteceu naquela época teve um sentido diferente em relação a valores, auto-conhecimento, percepções e crescimento. Hoje eu me dou conta disso. Foi ali, naquele momento, que eu passei a ser uma pessoa melhor.

      Foi quando eu me reapresentei a minha alma e dei boas vindas ao (meu) universo.

      segunda-feira, 28 de março de 2011

      Mudei de repente de peso.


      Eu ia intitular como a primeira vez que "perdi peso", mas pensei que muito do que eu passei é similar ao que as pessoas que engordam, passam também.

      Vamos começar assim: Eu tenho 1,68m e peso 49kgs.
      O que você acha?
      Alguns vão pensar que sou tipo modelo, ou que queriam ser como eu, ou "aí que invejiiinha", e outros , claro vão pensar as coisas negativas: "deve ser doente".
      Aí eu te digo que há 5 anos atrás, eu cheguei a ter 65 kgs.
      Muitos vão me perguntar loucamente qual o segredo, o regime, etc.
      Aí chega no problema: Em um ano eu passei de 59 kgs para 50kgs (isso foi mais ou menos em 2007). De gostosa e compulsiva por comida me tornei magrela e de alimentação muito reduzida.

      Digo, tive sim problemas. Mas não tive anorexia, não tive bulimia e cansei de ouvir isso da boca de muito sabichão.
      Tenho ansiedade, tenho síndrome do pânico. Mas tive um período de crises
      constantes, passei pela depressão e meu corpo sentiu isso. O meu psicológico precisava descontar
      em algo. E foi no peso - que foi fugindo de mim. No começo e
      u não entendia muito bem e cortei muita coisa da minha alimentação... frituras, leite, gordura, refrigerante... além de não balancear e, isso contribuiu para que eu perdesse cada vez mais peso, afinal, eu sempre fui acostumada a jantar 3 vezes, comer 4 pães, um pacote de bolacha e de repente... parei com essa
      compulsão.

      Enfim, resumindo... Toda a fase ruim acabou, minha alimentação aumentou de novo, mas criei o hábito de comer nem pouco, nem muito, de poucas em poucas horas, sem exageros, mas sem passar vontade... Mas meu corpo gostou de ser magro. Era magrinha de criança e na adolescência que engordei. Minha família é magra... Queria sim, ter uns 4 ou 5 quilos a mais... Mas não vou seguir "conselhos" de quem não sabe nada do meu corpo e fala pra eu me entupir de sorvete, chocolate, pastel e ser feliz. Porque não é a
      ssim que funcion
      a. Temos que respeitar as fases de nosso corpo. E eu me sentiria MUITO melhor se parassem de criticar ou tentar me colocar pra baixo achando que estão ajudando.
      Tenho uma boa auto-estima, me gosto. Mas não sou surda e sou sensível. E muitos comentários desnecessários, me magoam.

      Coisas que já ouvi:

      -" Ah, mas você come alguma coisa?
      - Sim, eu como, mas meu metabolismo trabalha muito rápido.
      - Mas também né... aposto que come e vai direto vomitar..."

      "- Nossa, quando eu conheci ela, ela era linda, tinha maior corpão, a gente falou 'e agora???'... E hoje ela tá desse jeito..."

      "-Você já fez exame?
      - Já, todos os possíveis, sou saudável.
      - Ah, mas fez de novo? Porque o pessoal erra bastante, você deve ter algum problema, sim."

      Isso dói. Isso faz tudo se tornar um problema. Por que as pessoas têm essa necessidade de nos provar que não sabemos de nada? De nos colocar no chão para se sobressair?
      Já faz 3 anos que sou magrinha... e conviveria com isso sem nem me importar se eu não tivesse passado esses últimos 3 anos ouvindo tanta abobrinha.

      Adoro as pessoas que conheci depois de já magra, elas não me comparam ao passado! rs Até acham meu corpo legal.
      Mas é isso, imagine só que falta do que fazer: se apegar ao passado DOS OUTROS? Ah é demais, né?

      Essa é a primeira vez que escrevo sobre isso também... é algo que me incomoda bastante, mas não sou muito de exteriorizar meus problemas... pore
      m sei que tem um pessoal que passa por isso também, independente do motivo ou do formato de corpo.

      E eu sei, quando reflito que temos que nos concentrar ao máximo para nos proteger e não se importar com essa gentinha que quer nos por pra baixo, eles sim, são infelizes.
      Claro, sempre atentos a nossa saúde física e mental, nos tratando por diagnósticos de profissionais se for preciso e aprendendo a ouvir mais o que nosso corpo fala.


      E se aceitando sempre... como se é AGORA.
      Porque nada é feio... basta saber valorizar o que você tem.
      E te garanto: nesse passado de gostosura eu era muito mais encanada com a minha aparência do que sou hoje. E acho que o que importa é o que EU sinto né?

      sábado, 4 de dezembro de 2010

      Senti a dança do ventre


      Quando eu era mais novinha e fazia ginástica olímpica, a gente fazia umas apresentações estilo jazz e eu era tão tímida, mas tão tímida que não me soltava e acabava sempre ficando na última fila no canto pq dançava maal, era contida...
      Até lembro que levei uma bronca na frente de todo mundo falando que eu dançava igual uma morta e fiquei morrendo de vergonha, eu devia ter uns 11 anos...
      Mas depois que saí da ginástica, levei comigo a bronca, que ficou guardada e resolvi que eu não queria nunca mais me sentir "humilhada" de novo. E trabalhei isso. Tímida, continuei sendo, sou.
      Mas aprendi que o palco é um mundo paralelo, onde você pode ousar e ser o que quiser e mais ainda, um lugar de liberdade.
      Aprendi também, por mim mesma, que é melhor errar com um sorriso no rosto do que fazer tudo certo com a cara amarrada.
      E participei de algumas apresentações de colégio, teatros, seminários e decidi que eu realmente gostava de me apresentar...

      Alguns anos se passaram e eu cheguei na cidade em que moro hoje. Já chegando, passando de carro, bati o olho numa placa que estava escrito "Aulas de Dança do Ventre" e como um momento, fixou em minha mente... e ficou guardado, mas vivo.
      Acabei indo lá com a minha cunhada certo dia... Dança do ventre.. nunca tinha pensado nisso, mas é bonito, né? Tem algo de esotérico...
      No começo foi meio complicado, era suuuper travada, quadril, peito, barriga... tem que dividir tudo e eu mal conhecia meu corpo...
      Mas fomos ficando e aprendendo e entre nossa turma de iniciantes, até que levávamos um jeitinho.
      A primeira vez que apresentei, tinha uns 4 meses de dança só, mas arriscamos... foi gostoso... Depois dançamos no shopping e fomos aceitando dançar em todos os lugares, estávamos muito empolgadas com o desenvolvimento dos nossos passos...

      E o conhecimento é parte do aprendizado. Antes de começar eu achava que dança do ventre era só aquilo mesmo e ponto.
      Mas há tanta história, tanta tradição... Tantos estilos diferentes... Idéias novas, canções antigas, objetos, significados... é preciso anos e anos pra chegar ao quase domínio de tudo que está envolvido.


      Não sou boa. Ainda tenho TANTO pra aprender que não dá nem pra listar... mas já sou apaixonada...
      Há momentos em que me sinto uma vassoura de tão dura... tem dias que os braços não erguem, o quadril não treme nem com ab-tronic... acontece.

      Mas há dias... em que eu acordo... assisto um vídeo, ouço uma música, bordo um figurino... e aquela essência me domina, a batida sobe no corpo, o violino invade cada curva, o som do derbak... vai baixando a dançarina que existe aqui dentro e dá vontade de dançar, de girar... de tremer, suar...
      de sorrir.

      Hoje não tenho mais vergonha... muito menos, medo de errar... embalo tudo na expressão, uma dançarina que dança com vontade contagia o mundo...
      Eu posso não dominar todas as técnicas, não ter um corpo perfeito, braços delicados... mas tenho essa força no meu coração.
      Sei transformar a melancolia em movimento e o movimento em vida.

      Eu danço!

      Pra assistir : "Tudo o que Lola quer" :: Assisti por esses tempos e reacendeu ainda mais... amei o filme! E já começamos nossa próxima criação...